terça-feira, 1 de março de 2011

Como funciona a reciclagem de latas de alumínio?

Material é 100% reciclado mantendo suas propriedades físico-químicas
O Brasil é líder mundial em reciclagem de latinhas. O índice no ano passado foi de 94,4%. "Até já importamos sucata de latas para reciclar", diz Henio de Nicola, diretor industrial da Aleris. A base da cadeia produtiva começa com os catadores ­- só a fase de coleta representa um mercado que movimenta R$ 540 milhões anuais. Eles entregam o material para ONGs, cooperativas ou pequenos depósitos, de onde segue para depósitos maiores, centrais de reciclagem e sucateiros que realizam uma pré-limpeza, separando sujidades e prensando o material, explica o engenheiro Ângelo Argueles, gerente de manufatura de reciclagem e refusão da Novelis.
A Aleris compra sucata de latas por intermédio dos 15 centros de coleta distribuídos nas principais praças do país. Em seus depósitos, o material passa por esteiras separadoras e magnéticas, peneiras vibratórias, detectores de radioatividade e separadores por densidade. Em seguida, é prensado em fardos.
Os fardos seguem para as duas fábricas da empresa, localizadas em Pindamonhangaba, São Paulo. "A latinha, já beneficiada, passará então por um processo de refino de qualidade", explica Nicola. A máquina responsável por essa tarefa é a schreder, imponente, com mais de 20 metros de comprimento e 4 metros de altura, com martelos trituradores, facas, esteira magnética e sopradores de ar. Tudo para quebrar os fardos e rasgá-los em pedaços menores. Assim, toda a contaminação é separada e o alumínio fica pronto para seguir ao forno. "O metal é fundido a 650°C e transportado para o produtor de chapas de duas maneiras: na forma líquida ou em lingotes", diz Nicola.
A única empresa que produz chapas desse tipo no Brasil é a Novelis, vizinha da Aleris em Pindamonhangaba, que também processa fardos recebidos de uma ampla rede de captação própria. O processo, ali, é completamente "verde". "Os resíduos servem como matéria-prima para outras etapas e nada vai para aterros. Além disso, os gases emitidos na fase de queima dos vernizes são tratados", diz Argueles.
Submetido a uma série de checagens, o alumínio reciclado das latinhas atende a todas as especificações para uso em embalagens para bebidas.


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